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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Apaixonado guerreiro convicto de todo santo dia.


Um dia me obrigaram a ir à luta. Eu acabei indo e, como se fosse pouco, acabei me apaixonando pela arte de guerrear todos os dias.

Não chego a ser um moicano, como David Day-Lewis; muito menos um Mel Gibson, atuando em Coração Valente. Só que sou um guerreiro, assim como tantos outros espalhados pela grande Via Láctea que nos comporta. Sou ciente de que posso me envolver a qualquer momento em sérios riscos. Riscos estes, não tão fáceis de se contornar assim. Riscos que podem e pretendem causar destruição, provocando múltiplas escoriações num corpo frágil. Querem que muitos desistam da missão particular que cada um tem. Olha, eu não vou desistir, não. Prefiro sentir na pele, já que estou apaixonado a ponto tal que chego a confundir brasa com brisa.

Só que se apaixonar tem lá seus fatores agravantes. Diria mais: tem lá suas complicações e restrições. Quando você se apaixona, se dedica inteiramente àquilo. Verdade ou mentira? Pois bem, quando fazemos isso, abdicamos um Universo de coisas que construímos, estávamos tentando construir ou pensávamos em construir. Não deveria ser assim. Tudo deveria se encaixar perfeitamente, sem possíveis margens de erro. Claro que nunca será assim. Nosso mundo sempre será às avessas, tão distorcido quanto o futuro de um traficante de drogas que sonha em ser diplomata.


Ainda assim, eu sonho que haverá aquele dia tão esperado. O dia em que a burocracia não impedirá ninguém de procurar a felicidade. Nada de choro, nada de dor, nada de crises existenciais. Felicidade seria a tônica da sociedade.

Até lá, muita coisa pode mudar e eu sei disso. Todos nós sabemos disso, afinal. Até lá, a guerra pode ter me levado embora, assim como muitos de nós. Não é culpa nossa, tampouco incompetência. Nunca saberemos lidar com isso exatamente, por mais que a gente tente de várias formas. Por mais que cientistas descubram a cura de tal doença, o remédio para tal enfermidade, o milagroso antídoto para que tal vírus pare de ser proliferado por aí, enfim. É o que é, fim de história.

Enquanto isso, eu continuo em pé. Firme, tentando conquistar prerrogativas ao longo da jornada. Não é fácil, exige muito de mim. De vez em quando aperta meu coração, admito. Mas não vou desistir, não. As feridas sempre existirão e eu já tenho muitas, de tanto perambular cansado e não arrumar saída para as condições. Um dia arrumei e saí, mas as feridas ficaram. Tenho marcas remanescentes. Talvez isso nem venha ao caso.

O fato é que realmente estou apaixonado e admirado pela vida que tenho tido ultimamente. Vida de guerreiro, cheio de méritos. Sigo em frente, ignorando o que eu sei que pode me fazer mal. Estou orgulhoso de mim, no fim das contas.

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