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domingo, 29 de julho de 2012

Entre quatro paredes.

Entre quatro paredes, não há como responder por si. É o desejo que alimenta o desejo de outro alguém.

Entre quatro paredes, é verdade, dificilmente alguém sai ileso. E quem quer sair ileso de uma tentativa linda e sem pudor de se conseguir prazer? Entre quatro paredes, também não é só prazer. É olho no olho. É coisa séria. É paixão envolvente.

Entre quatro paredes, palavras são pouco. Talvez até nem seja necessário falar, somente sentir silenciosamente o prazer de se encontrar encurralado.

Entre quatro paredes, a dor é irrisória, quase inexistente. Entre quatro paredes, não há dúvida: é cada um por si, mas nada impede que também seja todo mundo por todo mundo.

Entre quatro paredes, é tudo bem planejado. Normalmente duas pessoas que formam um só corpo para, mais tarde, originar mais um, quem sabe mais um monte. Pura matemática ardente. Pura matemática indecente.

Entre quatro paredes, a escolha pode ser decisiva, assim como pode não valer nada. Depende do instante, depende de quem faz, depende de querer, depende de poder. Ao mesmo tempo, engraçado não depender de nada, exceto mergulhar sem vergonha na aventura.

Entre quatro paredes, meus amigos, tudo pode acontecer.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Ainda dá tempo.


A gente vive num mundo cruel. Nossas intenções nem sempre são as mais puras e verdadeiras, por mais que muitos discordem. Somos cruéis e muito, afinal.

E essa crueldade oriunda do ser humano vem de encontro com a vontade de ser alguém melhor. Sem querer, nós caímos em contradição inúmeras vezes por conta disso. Não só por conta disso, mas por várias outras particularidades. Somos nós, os humanos cheios de defeitos.

Quantas vezes nós procuramos entender o motivo de não termos recebido ao menos um telefonema agradável no dia? Já parou para pensar que há dias em que a ligação deve ser feita por nós a alguém? Muita gente espera, pouca gente faz. É a realidade.

Apesar de termos defeitos, o dia nasce nos dando a chance de redenção. Aquela chance única - talvez chance última -, de agir mediante um juízo adequado. Resumindo, é como o céu se abrisse diariamente para uma oportunidade lançada a cada um. O que devemos fazer é simplesmente mergulhar, como se fosse a grande cartada, ainda que não seja. Afinal, não temos o dom de prever as coisas. Este pode ser o último momento de minha vida, eu não sei. Ninguém sabe aqui por perto.

Não podemos nos dar ao luxo de alimentar problemas e represálias. Ninguém quer se despedir com culpa. Portanto, agarre a chance. Ela brilha, brilha imensamente. A magnitude dela é visível e bem possível de ser alcançada. Basta querer de todo o coração.

A sorte foi lançada, enfim. Caso precise pedir perdão a alguém, peça já; se você ainda não disse que ama seus pais e seus parentes hoje, diga de uma vez e relembre toda vez que quiser; se algo tem incomodado seu sono e você sabe como pode acabar com qualquer tipo de culpa ou sentimento de rancor, é bom fazer logo também.

A hora é essa, ainda dá tempo. Seremos melhores, basta confiar e agir verdadeiramente. Nem sempre é fácil, mas já passou da hora de tentar.

sábado, 21 de julho de 2012

Sangria néscia.

Já imaginou quantas vezes você pode se apaixonar nessa vida? Mais engraçado ainda: já parou para pensar que, daqui a pouco, você já não se preocupará tanto com isso e deixará que as coisas fluam sem maiores questionamentos?

Pois é. Muitas vezes, nós agimos como verdadeiros glutões, prontos para devorar a ansiedade, definitivamente eufóricos em busca de ventura ao lado de outrem. Até mesmo aquele quadrúpede que você nunca achou que se apaixonaria, acaba virando um gentleman. O amor também faz milagres.

Obviamente, é muito bom amar alguém e sentir que esse mesmo amor se corresponde, multiplicando emoções, desejos, sentimentos, paixões e segredos. É muito bom sentir o sangue de aspecto bem escarlate correndo em nossas veias, sabendo que vamos olhar para esse processo tão natural com olhos intensamente apaixonados.

Da mesma forma, é bom acordar pela manhã, escovar os dentes, tomar banho e, logo após sair do chuveiro, ainda parecer o mesmo bobo, apaixonado, percebendo que a água fervente e rebentada no corpo nu não foi suficientemente capaz de penetrar no coração, que se julga concho.

O amor não deveria ter qualidade dubitativa, em nenhum momento. Porém, tem. E, se no primeiro momento que existir dúvida, cada um de nós sucumbir...Então, como tudo fica? Já parou para imaginar? A dor vai permanecer, as marcas vão continuar ali e a dúvida, que parecia ter se despedido da gente, saiu para dar uma volta e, pasmem, acabou atingindo mais de mil nessa atitude lúdica e ilusória. Pior: ela volta mais forte ainda e atinge o nosso sábio coração.

Passa o tempo, o mundo dá voltas e, às vezes, essas voltas dão vontade de expelir tudo aquilo que passamos e não aguentamos mais armazenar em nós. A gente sofre com as inúmeras voltas e mudanças. Entretanto, sempre há a redenção. Você tem uma nova chance, vá lá e faça tudo o que esqueceu de fazer antes. Afinal, você se julga maduro agora.

É bom tentar esquecer, recomeçar. Possivelmente, haverá retrocesso. Mas quem liga para isso, se a vontade é crescer? E se for mesmo necessário? Tente, tente e tente mais uma vez. A força pertence a quem não desiste de buscá-la.

A sangria parece ser envolvente e lasciva, mas não passa de bruta cascata radioativa. Procure o amor, em vez de se ocultar do mesmo. Caso já tenha encontrado, não o deixe. Vá por mim, não o deixe.